A
INCLUSÃO DA “HISTÓRIA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NOS CURRÍCULOS DA
EDUCAÇÃO BÁSICA”.
LEIS:
10.639 de 09/01/2003 – 11.645 de 10/03/2008
COMO
ESTAS LEIS ESTÃO INTERAGINDO NA SOCIEDADE E NA PEDAGOGIA.
A obrigatoriedade da inclusão do estudo sobre a história
e a cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da educação básica
objetiva ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade racial,
cultural, social brasileira e nesta perspectiva cabe a escola incluir no
contexto do ensino-aprendizagem atividades que abordem diretamente as
contribuições culturais dos povos africanos e indígenas.
A promulgação destas duas leis foi uma ação positiva
aprovada pelo excelentíssimo presidente da república, Luís Inácio da Silva
(Lula), que alterou a lei de diretrizes e bases para incluir no currículo do
ensino básico a obrigatoriedade do estudo sobre história e cultura
afro-brasileira e indígena, auxiliando na quebra do preconceito e descriminação
racial aumentando a valorização das diferentes culturas nas unidades escolares
e na sociedade, possibilitando desta forma construir um novo olhar pedagógico e
social.
Se toda mudança quando positiva perpassa pela necessidade
da reeducação então, compete às esferas administrativas compreenderem a
carência de se investir na formação continuada dos professores para que recebam
a formação que os capacitem a lidar positivamente com as questões relacionadas às
diversidades culturais e criar estratégias pedagógicas que possam auxilia-las e
reeduca-las.
A inclusão do estudo afro-brasileiro indígena no
currículo educacional e no meio social promove uma educação comprometida com o
reconhecimento e valorização das riquezas culturais áfricas e indígenas,
assumindo as origens do seu povo banindo da sociedade o preconceito racial,
além de oportunizar ao educando o questionamento e a discussão em sala de aula
sobre a história da formação do país.
Mesmo com todo este intento ainda falta muito para que se
aplique na sala de aula e no olhar social uma aceitação e educação que combata
o preconceito na sua totalidade. Como exemplo disso, um colégio da rede
estadual de Salvador situada no bairro São Cristóvão (não há permissão para
citar o nome do colégio) em uma das suas disciplinas, um professor de estudo
afro-brasileiro solicitou dos seus alunos do 8º ano uma pesquisa referente às
Divindades Sagradas do Candomblé, os Orixás; “O que são o que representam onde
vivem”. Esta solicitação gerou conflitos de opiniões entre alguns pais
evangélicos e a escola, estes pais acharam um absurdo que o professor
solicitasse questionamento sobre os Orixás, uma mãe foi bastante radical e
mandou dizer ao professor que os Orixás moram no inferno e não ia permitir que
seu filho realizasse a pesquisa.
Percebe a dificuldade em mudar algumas mentes
preconceituosas em nossa sociedade?
A inclusão desta temática está ainda um tanto quanto
longe de ser totalmente concluída, é preciso avançar na tarefa de sensibilizar
a sociedade como um todo para que se interessem verdadeiramente pelo assunto.
De uma maneira geral, a inclusão do conteúdo programático
referente ao estudo da “História e cultura afro-brasileira” na grade curricular
do ensino básico contribui para o conhecimento enriquecido sobre a formação do
estado brasileiro e o papel da escola e da sociedade para o desenvolvimento
cultural e histórico do país, além de ajudar a pedagogia a cumprir seu
objetivo: provocar mudanças nas praticas pedagógicas dos professores adequando
suas práticas educativas para oferecer ao aluno uma educação igualitária, levar
à escola a reflexão sobre a descriminação mudar a mentalidade preconceituosa e
superar as desigualdades raciais.
Josefa Zuleide
Pedagogia,Salvador, 2014