quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Estudo afro-brasileira

A INCLUSÃO DA “HISTÓRIA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA”.
LEIS: 10.639 de 09/01/2003 – 11.645 de 10/03/2008

COMO ESTAS LEIS ESTÃO INTERAGINDO NA SOCIEDADE E NA PEDAGOGIA.

A obrigatoriedade da inclusão do estudo sobre a história e a cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da educação básica objetiva ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade racial, cultural, social brasileira e nesta perspectiva cabe a escola incluir no contexto do ensino-aprendizagem atividades que abordem diretamente as contribuições culturais dos povos africanos e indígenas.
A promulgação destas duas leis foi uma ação positiva aprovada pelo excelentíssimo presidente da república, Luís Inácio da Silva (Lula), que alterou a lei de diretrizes e bases para incluir no currículo do ensino básico a obrigatoriedade do estudo sobre história e cultura afro-brasileira e indígena, auxiliando na quebra do preconceito e descriminação racial aumentando a valorização das diferentes culturas nas unidades escolares e na sociedade, possibilitando desta forma construir um novo olhar pedagógico e social.
Se toda mudança quando positiva perpassa pela necessidade da reeducação então, compete às esferas administrativas compreenderem a carência de se investir na formação continuada dos professores para que recebam a formação que os capacitem a lidar positivamente com as questões relacionadas às diversidades culturais e criar estratégias pedagógicas que possam auxilia-las e reeduca-las.
A inclusão do estudo afro-brasileiro indígena no currículo educacional e no meio social promove uma educação comprometida com o reconhecimento e valorização das riquezas culturais áfricas e indígenas, assumindo as origens do seu povo banindo da sociedade o preconceito racial, além de oportunizar ao educando o questionamento e a discussão em sala de aula sobre a história da formação do país.
Mesmo com todo este intento ainda falta muito para que se aplique na sala de aula e no olhar social uma aceitação e educação que combata o preconceito na sua totalidade. Como exemplo disso, um colégio da rede estadual de Salvador situada no bairro São Cristóvão (não há permissão para citar o nome do colégio) em uma das suas disciplinas, um professor de estudo afro-brasileiro solicitou dos seus alunos do 8º ano uma pesquisa referente às Divindades Sagradas do Candomblé, os Orixás; “O que são o que representam onde vivem”. Esta solicitação gerou conflitos de opiniões entre alguns pais evangélicos e a escola, estes pais acharam um absurdo que o professor solicitasse questionamento sobre os Orixás, uma mãe foi bastante radical e mandou dizer ao professor que os Orixás moram no inferno e não ia permitir que seu filho realizasse a pesquisa.
Percebe a dificuldade em mudar algumas mentes preconceituosas em nossa sociedade?
A inclusão desta temática está ainda um tanto quanto longe de ser totalmente concluída, é preciso avançar na tarefa de sensibilizar a sociedade como um todo para que se interessem verdadeiramente pelo assunto.
De uma maneira geral, a inclusão do conteúdo programático referente ao estudo da “História e cultura afro-brasileira” na grade curricular do ensino básico contribui para o conhecimento enriquecido sobre a formação do estado brasileiro e o papel da escola e da sociedade para o desenvolvimento cultural e histórico do país, além de ajudar a pedagogia a cumprir seu objetivo: provocar mudanças nas praticas pedagógicas dos professores adequando suas práticas educativas para oferecer ao aluno uma educação igualitária, levar à escola a reflexão sobre a descriminação mudar a mentalidade preconceituosa e superar as desigualdades raciais.

 Josefa Zuleide
Pedagogia,Salvador, 2014

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