Quem é você câncer?
Desafio celular?
Teste humano?
Limitação, desistência?
Consequência da fragilidade vivente?
Não sei quem você é em totalidade,
Eu sei quem eu sou em capacidade.
Sem me conhecer, você quis impossibilitar o meu horizonte,
Encurralada, busquei saída no túnel interditado,
Cadê a luz no final do túnel?
Procurei, insisti, encontrei-a, me apropriei.
Não te compreendo, mas sei do que é capaz,
É condicionante e constringente,
Não me condiciona nem me constringe,
Tenho querer determinante,
Sou sábia de fé inabalável.
Não te dou asas, você insiste,
Não te permito, sou dura na queda,
Não há passividade, sou ativa e capaz,
Vou te vencer? Venceras-me?
Meras perguntas,
Estamos duelando, não?
Desafiou-me, encarei o desafio cara-a-cara,
Cercou-me, penetrou na matéria,
Sorrateiramente tentou violar o meu “ser”
Perdeu! Não tem abertura, jamais terá,
O meu “ser” tem proprietário, é propriedade de Deus.
Não sou boba, sei o meu valor,
Mensuro a minha importância,
Sei da sua fome voraz, não me assusta,
Não te estimulo, tu morrerás de fome!
Por você perpassa a devastação, por mim a preservação,
Você é consumidor, eu sou economista,
Você é irracional, eu sou sustentável,
Encarou-me sem medir os prós e contras,
Encontrou o “chapéu da viagem”.
Entende? O chapéu é meu!
Também tenho polegares e ergo-os em sinal de
positividade,
Sou mandacaru, nascida em terras áridas,
Criada no sol abrasante,
Sou sertaneja, resistência não me falta.
Não te desafio te respeito,
Conheço o seu histórico, porém, não te permito,
Você é intruso, este corpo é meu,
Este “ser” sou eu fortalecida por Deus,
Resisto-te, não concedo adaptação.
Alojou-se em mim quer o domínio,
Expandiu suas crias, corpo padece,
Eu te protesto, sigo em frente,
Vivo você, sobrevivo a você,
Vida que segue, viver é maior que sofrer,
Vivo o que há para viver.
Duelo de gigantes!
Fim versus continuidade,
Eu versus você
Não é fácil,
Entretanto, sou flor, sou aço,
Venceras-me?
Duelo difícil, vamos vê!
Em um futuro próximo acabarás seu mistério,
Ciência, conhecimento, motivação, legados ilimitados,
Pertence ao homem!
Câncer, o seu poder destrutivo é imensurável,
O querer humano é deveras muito mais.
Lágrimas insistem, enxugo-as,
Cansaço, desânimo, surge renego-os,
Fortaleço-me na fé,
O meu querer é teimoso,
Sou mandacaru. Lembra?
Saúde versus doenças
Cotidiano da humanidade
Viver é duelar! Duelo sempre existirá.
Somos gigantes na fragilidade e na força.
Sempre gigantes!
Amém! Simplesmente, amém!